O que se pode especular sobre a evolução do Covid-19?
Entretanto,
muitos meios de comunicação utilizam o indicador de mortalidade comparando o
número de pessoas mortas pela doença ao número de pessoas infectadas, dando uma
impressão de taxa de mortalidade baixa. Na verdade, quando o número de pessoas
que morreram pela doença é comparado pelo total de pessoas que já passaram por
ela (morreram ou se curaram) esse número sobe de 3,7% para 7,4%.
Aqui, o que fica
evidente são alguns padrões percebidos de acordo com a análise dos dados divulgados
pelo Centro de Ciências de Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins,
de Baltimore, nos Estados Unidos. Dentre eles podemos destacar alguns:
1)
Desde o início da infecção, a China teve um pico
de infectados em meados de fevereiro e um pico do índice de mortalidade no mês
de janeiro, demonstrando que na medida em que as pessoas vão se curando da
doença a taxa de mortalidade vai decrescendo;
2)
Os números ativos de infectados na China teve um
pico em fevereiro (crescendo mais de 3.000%) e decresceu consideravelmente em meados
de março (queda de 80%);
3)
A Taxa de mortalidade decresceu consideravelmente
ao longo de dois meses na China, tendo alcançado um pico em janeiro, com
46,67%, reduzindo em meados de fevereiro, com 14,03% e ainda mais em meados de
março, que chegou a 4,64%.
4)
Alguns países apresentam uma taxa de mortalidade
muito maior do que a média global, a saber, nos Estados Unidos ela é de 81,82%,
sim, 81,82% das pessoas que já não mais estão com a doença morreram, as outras
18,18% se curaram. Na França, essa taxa é ainda maior, de 88,35%, na Itália ela
é de 42,3%. A Alemanha é um dos exemplos que quebra essa regra e apresenta um
índice mais baixo de mortalidade no momento de avanço da contaminação, 16,36%.
5)
Na medida em que a taxa de mortalidade se torna
mais baixa é possível verificar que o ciclo de contágio está em uma descendente,
restando avaliar a velocidade dessa queda e os cuidados para que novos focos
não surjam.
Neste sentido, considerando
as medidas de contenção que estão sendo tomadas pelos países com previsão de
aumento do índice de infectados, é importante notar que após o pico de
crescimento de transmissão, a tendência é de que o número de pessoas que
consegue sobreviver à doença comece a minimizar a sua taxa de fatalidade passa
a se reduzir. Isso ocorre em conjunto com uma redução do número de casos ativos,
que responde tanto às medidas de precauções quanto à taxa de cura que tende a
aumentar em massa após cerca de 15 a 20 dias, considerando ser esse o período
do ciclo do vírus no organismo. Em outras palavras, se o surto for controlado
com medidas de isolamento é possível esperar que o seu ciclo em um país seja de
3 a 4 meses.
Em conclusão, os
governos acertam em se precaverem com medidas mais intensivas de isolamento das
pessoas e adiamento de eventos públicos e aglomerações, com isso, é possível esperar
que a curva de crescimento da infecção não seja tão alta e o número de casos
ativos passe a cair o quanto antes.
Em relação ao
impacto que esse vírus possui na economia, é possível estimar que o impacto
negativo que ele causará no feriado da páscoa e em outros eventos até meados de
junho será inevitável. Entretanto, na medida em que os indicadores de casos
ativos e de taxa de fatalidade forem decrescendo, será possível verificar em
quais locais essas políticas estão funcionando melhor e adotar medidas parecidas
pelos países interessados em aplicar políticas públicas efetivas.